terça-feira, 28 de novembro de 2017

prefácio de um novo início em acúmulo.

Cinco humanos representavam a força total do universo. Cada um, preso em sua própria responsabilidade e segurança, era responsável por manter a paz, a balança e o espírito de suas próprias energias e forças vitais em completa harmonia com as forças terrenas.
Eles eram as únicas criaturas consideradas imortais pela natureza. Filhos do pai universo e matérias supremas das brincadeiras da mãe natureza, os cinco elementos circulavam em paz ao mundo e seus receptáculos tinham consciência da responsabilidade que ali existia.
O Deus dos cinco elementos era neutro. Não era bom, não era ruim, não era matéria física nem mental. Não era baseado em letras humanas, livros escritos a mil anos atrás ou fragmentos mal estudados de alguma teoria científica.
Cada um dos cinco elementos era seu próprio Deus e ter um Deus criador de todo o universo era algo que não fazia sentido para seus olhares de orgulho desafiador. Nada que explicasse isso soava menos do que uma afronta ao universo e uma provocação para uma guerra cósmica. Por milhares de anos durante a história do planeta, os cinco elementos entraram em guerra, causando enchentes, destruições, queimadas, terremotos, tsunamis e outros desastres naturais nunca explicados anteriormente.
Entretanto, embora tivessem o humor oscilável, os cinco elementos viviam na mesma cadeia alimentar. Ainda que negassem a existência de um ser superior, estavam em um receptáculo humano que, se não fosse substituído depois de certo tempo, teria sua data de expiração marcada.
Mesmo em corpo de pessoas comuns, sua superioridade era indiscutível. Muito embora precisassem de alimentos e de suporte para manter sua existência humana, acumulavam uma sabedoria milenar que dispensava qualquer tipo de acordo insano com a vida. Suas necessidades de alimentação eram muito diminuídas: os deuses elementares não aceitavam se alimentar de outras vidas, sendo que as colheitas de grãos, verduras e vegetais acabaram tornando-se sua fonte única válida de alimentação.
Amor e o ódio não existiam, laços afetivos com humanos eram neutralizados por suas forças e o mundo, para eles, era destinado a viver em uma perfeita e constante harmonia. controlada pelo balanço da matéria elementar.
Durante a história da humanidade, os deuses tentaram se aproximar dos humanos e criar relações saudáveis, porém a frustração e a tristeza sempre os cercaram quando a inviabilidade da vida eterna no mundo dos humanos, chamada de morte, ocorria. Embora fascinados com a evanescência da vida, os deuses não conseguiam completamente entender qual essência a morte tinha, uma vez que suas existências seguiam um ciclo de vida diferente; eles eram imortais e, por isso, não sabiam lidar com a perda da morte, o que ocasioava fúrias irresponsáveis em momentos de nostalgia descontrolada.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

oi,

léozinho.
sinto saudades de você.
quero escrever-lhe uma carta de amor, mas também quero enviar-lhe um abraço apertado. parabéns por ser quem você é e por evoluir, da sua própria maneira, para um caminho mais próspero e com menos espinhos para se pisar.


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Com certa frequencia eu ouço comentários de pessoas próximas de mim falando da minha inconsistência e dos meus milhões e milhões de sonhos que até então não fui capaz de materializar.
Vejo essas mesmas pessoas palpitando e me colocando em uma bolha, dizendo pra onde ir, pra onde não ir, que caminho seguro seguir, que caminho perigoso não seguir, que tipo de amor viver ou deixar de não viver.
A preocupação pela loucura desvairada? Vem de quem a gente ama. Talvez, com a permissão de si, esse amor deixe de ser uma interferência e se torne uma constância.
É hora de deixar a opinião alheia para o lado e focar no que importa. Já sei que com o tempo de vida que tive, tive 200 mil sonhos; vivi apenas alguns mils. Livros autografados, flashes cegando meu rosto, letras de músicas e minha voz cantando em todas as rádios registrando que minha existência não somente existiu, mas falou com outros seres e de formas notáveis.
Tenho nome. Tenho cor, voto, semelhanças e importâncias.
 Leonardo Romão. 25. Pisciano, sonhador e artista da alma.

Ainda há o que vir.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

líquido, sólido ou gasoso?

 incrível como os estados da água falam dos nossos relacionamentos com mais propriedade do que nós mesmos.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

desapegar

desapega. das velhas meias, dos calçados que apertam, das agonias que têm sido carregadas.
desapega. do luto, da raiva, da dor, da negatividade, da inveja, da culpa e dos ciúmes.
desapega. do ruim, do indiferente, do que já não tem mais valor e daquilo que até tem valor, mas que não é o esperado.

faz bem.



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

breve desabafo

...
[por muito tempo eu achei que sentir-se só e ilimitado era a verdadeira natureza humana. nascemos sós, vivemos por conta própria e quando morremos, também morremos em um caixão individual. tudo a mesma coisa, tudo representação de uma coisa só.
mas, agora, diante de quase um quarto de vida que passaram-se sem eu perceber como aconteceu tudo o que aconteceu, minha insegurança bate e limita-se entre minha própria segurança. o medo do afastamento, da perdição das pessoas que amo e a necessidade de me abrir vs o risco de perder a minha própria liberdade.
não há descartes. não há copos quebrados. não há o que haver]
...


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Amor calórico

"Velhos hábitos não morrem nunca", era o que eu pensava até terminar de escrever esse texto.
O absurdo da estagnação é não conseguir mudar uma atitude. Um hábito. O mundo, embora cheio de poesias para dar e vender, vira e mexe cria algumas frases limitadoras que acabam tornando-se realidade e representando a vida de muita gente.

Talvez por organização ou talvez por medo. Talvez por descaso, por um falso amor a vida (me atrevo a falar de falso amor próprio) ou talvez por terem sofrido demais... Talvez essas frases limitadoras façam algum sentido para quem as criou, mas já não fazem mais para mim. Tolo fui eu de acreditar por tanto tempo que isso me limitaria também!

O dia de hoje, embora eu afirme constantemente que tem sido positivo independentemente de qualquer coisa, tem trazido situações desagradáveis. É ruim ficar triste quando sua mente lhe diz que você está feliz.
A desconstrução mental é um processo mais longo do que imaginei. Pra desconstruir tudo aquilo que não foi bem construído, preciso primeiramente saber o que preciso mudar. E pra saber o que preciso mudar, preciso também saber que tipo de construção tenho que almejar.
Frio na barriga. Defeitos, qualidades, problemas (eles existem mesmo?) e pontuações. Tudo vira uma pontuação e com o poder da vírgula, a pontuação ganha força. Dependendo do pontuado, a desconstrução muda. E tudo o que escrevo parece virar uma aula de português.

No meu olhar, a mente cheia de ideias. Devaneios perdidos ao monte fixos temporariamente em uma desorganização sem sentido nem fins lucrativos. Junto à frieza das palavras, o universo, o clarão sem frio e a infinita vontade de ser alguém melhor.

Qualquer conotação poética é realmente uma conotação poética. Não quero que seja meramente ilustrativa; se assim for, que sentido teria refletir sobre qualquer outra coisa?
Eu vivo em um corpo que me dá valor, eu escrevo através de uma mente que me dá ideias, eu respiro novos ares a cada segundo que passa. Mesmo sabendo de tanto, ainda assim sei de pouco! Hoje, porém, sei do amor próprio. Sei da importância do meu corpo e sei que a mudança, embora programada, é automática. A recíproca talvez seja ainda mais verdadeira.

Vida boa é vida bem amada.
Ahh, universo, a hora que você se tocar que foi feito pra mim, a explosão vai ser fatal.